A cultura pode ser um dos ativos mais importantes para o crescimento da economia, tanto nacional, como local. A cultura torna a comunidade mais criativa e vibrante!

Cultura na União Europeia
Além fronteiras, na União Europeia, por exemplo, a cultura registou um nível de faturação de cerca de 643 mil milhões de euros em 2019, segundo um estudo publicado pelo Grupo Europeu de Sociedades de Autores e Compositores (GESAC).
Segundo estes dados, as principais atividades da indústria cultural e criativa (ICC) representaram 4,4% do PIB da União Europeia. Antes da pandemia, a contribuição económica do setor da cultura era superior à de outras grandes indústrias como a farmacêutica, telecomunicações ou, até mesmo, a automóvel.
Em termos de empresas que atuam na área cultural, o relatório revela uma realidade interessante. Até 2019, “mais de 90% das empresas das ICC são pequenas ou médias empresas e 33% da força de trabalho trabalha por conta própria – representando assim mais do dobro do total da economia europeia (14%)”.
Contudo, a realidade que encontramos hoje é diferente. Registou-se uma queda bastante acentuada do setor cultural devido à pandemia da COVID-19. Só em 2020, a indústria cultural e criativa na União Europeia registou um decréscimo de aproximadamente 31% das suas receitas. A cultura foi uma das áreas que mais sofreu com a pandemia, encontrando-se abaixo dos transportes aéreos e acima do turismo. Apesar desta quebra, Portugal conseguiu recuperar os empregos na área da cultura.

Cultura em Portugal
O Instituto Nacional de Estatística (Estatísticas da Cultura – 2023, INE), em 2023, revelou que o emprego na cultura chegava aos 201 mil de pessoas, face aos 187 mil registados em 2021. Destas quase 201 mil pessoas, a maioria tem entre 25 e 54 anos (76,8 mil). Além disso, os dados do INE indicam que mais de metade das pessoas que trabalham no setor da cultura têm o grau de ensino superior completo.
Em 2020 o setor cultural e criativo contava com 73.370 empresas, as quais foram responsáveis por 8,1 mil milhões de euros de volume de negócios.
Assim, a cultura pode ser um motor importante para a economia local, através da criação de empregos, da criação de empresas e compra e venda de produtos e serviços culturais. Além disso, a cultura pode ser responsável pela integração de pequenos negócios na economia local.
A economia da cultura é, indubitavelmente, um conceito cada vez mais importante na nossa sociedade e na gestão de economias locais!

A sustentabilidade da Cultura e do património Natural de Lagos
O Programa Operacional do Algarve – CRESC ALGARVE 2020 tem sido responsável pelo investimento na cultura da região do Algarve e, consequentemente, em Lagos. No ano de 2025, até março, foram aprovados um total de 1.474 projetos, o que representou um valor de investimento elegível de 567 milhões de euros.
No âmbito do programa, Lagos aprovou vários projetos de intervenção cultural onde se incluem o Museu de Lagos e os seus diferentes núcleos.
Adicionalmente, no que diz respeito ao património Natural de Lagos, saliente-se a Ponta da Piedade, em estádio muito adiantada de requalificação, assim como o cordão dunar da Meia Praia. O Paul de Lagos está em fase de projeto. No seu conjunto, são áreas com elevada sensibilidade paisagística, cuja fruição turística tem de ser equilibrada e disciplinada, pelo que a sua qualificação contempla, entre outros, percursos de circulação, áreas de contemplação e observação da paisagem, segurança, orientação e conforto dos seus utilizadores.
É ainda de salientar que em maio de 2023 realizou-se “O Encontro dos Lagos do Mundo”, em paralelo com o “11.º Festival dos Descobrimentos”, que juntou em Lagos comitivas oriundas de França, Espanha, Grécia e México!